O Velho Eurico
Francisco Romão Pereira O Velho Eurico
Francisco Romão Pereira

Os melhores restaurantes de petiscos em Lisboa

Doses pequenas, mas várias – de preferência para partilhar. Eis a lista perfeita para quem procura restaurantes de petiscos em Lisboa.

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Diz o dicionário que um petisco é uma comida muito apetitosa, mas também uma “iguaria ou prato, geralmente servido em pequenas quantidades, antes do prato principal, como acompanhamento de bebida ou como refeição ligeira”. O melhor, acrescentamos nós, é a fusão das duas definições. E, no fundo, é o que fazemos aqui com estas sugestões de restaurantes de petiscos em Lisboa. São bons pitéus – outra definição no dicionário –, perfeitos para serem partilhados, alguns em ambientes bem festivos e regados, sem ser preciso gastar muito. Que nunca nos faltem os petiscos em Lisboa, isso e a alegria de os partilhar.

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Os melhores restaurantes de petiscos em Lisboa

  • Português
  • Avenidas Novas
  • preço 2 de 4

Malta nova a fazer boa comida, sem grandes subterfúgios ou manias. O Petisco Saloio é um belo exemplar daquilo que uma tasca pode ser em 2024. O restaurante é pequenino e tem duas vidas, não tão distintas assim. Ao almoço funciona com menu e 12€ incluem o couvert, o prato, a sobremesa, a bebida e o café – há sempre três opções, uma de carne, outra de peixe e um consensual bitoque (já por lá comemos uma açorda com cavala alimada, um arroz de polvo e até uma cabidela). À noite, o menu faz-se de petiscos e pratos para partilha, de um pica-pau de novilho a uns ovos rotos com farinheira, umas bochehchas de porco ou um xerém de berbigão.

  • Português
  • Castelo de São Jorge
  • preço 2 de 4

Houve um momento em 2019 que O Velho Eurico foi uma espécie de segredo na Mouraria, uma tasca antiga de alma jovem e irreverente. Cinco anos depois, já não há quem não conheça a casa de José Paulo Rocha e Fábio Algarvio e ainda bem. O trabalho que ali se faz é sério, mesmo que à primeira vista tudo pareça quase uma brincadeira num tratamento tu cá, tu lá. Na cozinha-se, sabe-se bem o que se faz: uma cozinha tradicional e despretensiosa com o conhecimento de quem podia estar num fine-dining. Fez fama o bacalhau à Brás ou o arroz de pato, mas é possível que não se encontrem por lá porque o menu vai mudando. O segredo é pedir à confiança, mas garanta a reserva primeiro porque o segredo foi-se há muito.

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  • Petiscos
  • Campo de Ourique

Miguel Azevedo Peres tem uma das poucas casas no país que respeita o princípio nose to tail sem vacilar. Quer isto dizer que o animal é sacrificado, mas todo aproveitado. Uma nobre e difícil missão, que não se fica por aqui. Há uma atenção redobrada na escolha de produtores e procura-se sempre trabalhar com uma agricultura regenerativa. Ao mesmo tempo, enobrecem-se partes do animal habitualmente menosprezadas. À mesa, é pedido que deixe os preconceitos de lado – se há lugar para arriscar é aqui. Seja com pezinhos de coentrada, mioleira, túbaros ou orelha, sempre confeccionados de formas inesperadas. Não saia sem pedir a bifana porcalhona.

  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

O limite de Pedro Abril na cozinha da Musa é não ter limite, nem se levar demasiado a sério. O resultado é uma carta sempre fora da caixa e nunca igual – tantas vezes para se sujar os dedos e comer sem culpas. Pode ser um frango frito com brioche, um croquete de bacalhau com natas, uns nuggets vegetais ou uma pêra bêbada em stout. As novidades sucedem-se praticamente todos os meses porque o que se quer é uma carta rodada e não uma mesa parada. A condição é que tudo seja bom. O og burger (9€), felizmente, parece manter-se intocável no menu. Falta dizer que desde que a Musa de Marvila se mudou para esta nova casa que o espaço se tornou ainda mais convidativo. A esplanada, cheia de pinta, é óptima para famílias durante o dia (tem até um parque infantil). À noite, o mambo é outro.

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  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré

Susana Felicidade recuperou o vintage na primeira Taberna Ideal – e de certa forma lançou a moda para os muitos que vieram a seguir – mas aquilo que fez no Pharmacia foi ligeiramente diferente. Recriou a 100% o ambiente de uma farmácia antiga – não estivesse nas costas do Museu da Farmácia –, instalou armários brancos a contrastar com as madeiras escuras e antigas da sala e com o papel de parede verde água, e encheu-os de falsas embalagens de remédios. À mesa, partilham-se petiscos despretensiosos e bons.

  • Lisboa

Os donos, Miguel Rodrigues e Filipe Ramalho, vieram de outras tabernas do século XXI, que é o mesmo que dizer que beberam da escola do Sal Grosso e do Salmoura, este já falecido. Estamos perante cozinha portuguesa pela geração pós-Maria de Lourdes Modesto, pós-Avillez, pós-Michelin, receitas tradicionais em ácidos, em vez de um twist o que temos muitas vezes são mortais encarpados — mas não à retaguarda. O espírito é o dos pratos para partilhar, empratamentos sem rococó, estética bistrô, sabores tugas, do croquete em brioche com jus, à língua de vaca com grão e poejo, passando pelas migas com abanicos de porco ou o arroz doce de sarrabulho. 

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  • Chiado/Cais do Sodré

Num bairro que se tem vindo a transformar ao longo dos anos, com algumas portas a fecharem-se para outras se abrirem, o Estrela da Bica mantém-se um porto seguro de boa comida há muitos anos. Na cozinha, Marta Figueiredo aposta num menu de partilha criativo que viaja tanto pelo mundo como tem tanto de português, a começar desde logo pelos produtos frescos da época, os mais locais possíveis. A carta não é sempre a mesma, depende daquilo que a chef quer e tem para cozinhar e isso continua a ser uma mais-valia.

  • Sírio
  • Lisboa
  • preço 2 de 4

O restaurante que nasceu pelas mãos da associação Pão a Pão com a nobre missão de integrar refugiados sírios que fugiram à guerra no seu país continua a ser uma óptima mostra do melhor que se come no Médio Oriente. No Mercado de Arroios, a carta é pensada para se partilhar – e Mezze significa isso mesmo, uma refeição de partilha, com amigos ou família. Ora há borek, como mujaddara (um estufado de bulgur e lentilhas com cebola frita) ou laham kharoof (carne de borrego cozinhada lentamente, com especiarias) e pão, não tivesse tudo começado por aí.

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  • Princípe Real

Quando as novidades pareciam ir para um lado, Luís Gaspar virou para outro e abriu um restaurante de comida tradicional. Ainda assim, não deixou de lhe dar um toque contemporâneo, seguindo os mandamentos de Maria de Lourdes Modesto (1930-2022). A grande aposta são os pratos do dia fixos, servidos tanto ao almoço como ao jantar, fim-de-semana incluído. Conforme a altura do ano, o chef vai fazendo umas alterações, mas o cozido à portuguesa à quinta e o arroz de cabidela à sexta têm-se mantido. Fora isso, há muitos petiscos na carta que merecem ser descobertos como os rissóis de leitão, as saladinhas ou os peixinhos da horta.

  • Chinês
  • Martim Moniz

É o chinês mais fora da caixa (dos chineses ocidentais) de Lisboa. Entra-se e temos cadeiras e mesas dispersas e uma vitrina com produto fresco. Escolhe-se o produto, apontando com o dedo – que pode ser beringela roxa, lula, espinafres de água ou peixe tilápia –, e espera-se que o pai (por vezes, também, a mãe) do rapaz que nos atende faça a sua magia no wok, ali ao lado. Não esquecer, para petisco, o entrecosto frito ou a barriga de porco, bem como uma ou duas tigelas de arroz branco (belíssimo) para acamar. 

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  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré

André Magalhães não é só um cozinheiro de mão cheia e um taberneiro orgulhoso, tem um conhecimento e uma memória histórica tão invejáveis quanto necessárias a todos, especialmente ao meio gastronómico e às novas gerações. A Taberna da Rua das Flores é única também por isso. As coisas fazem-se à antiga e as tradições levam-se a sério, embora com algum twist do chef, ou antes com a influência que a cozinha portuguesa pode ter pelo mundo, de África à Ásia. A carta roda bastante. Pode haver um frango piri piri, uma meia desfeita, uma salada de polvo, como uma couve coração grelhada com satay e puré de pimentos assados ou um bao de polvo com maionese de sambal. Tudo para partilhar.

  • Mediterrâneo
  • Santa Maria Maior
  • preço 2 de 4

Bertílio Gomes não é um nome estranho na restauração lisboeta. Em 2019 abriu esta taberna, de alma antiga, mas de muito trabalho contemporâneo. Empurrado pelas raízes da família, atirou-se à cozinha algarvia. Sem invenções, com a tradição como referência máxima. A carta muda com muita regularidade, dependendo da oferta do mercado, e petiscos não lhe faltam. Não surpreendentemente, há mais pratos de peixe e marisco do que carne. O xerém, por exemplo, é um habitué, mas a proteína vai mudando, pode ser de lulas e camarão, de amêijoas, de raia ou daquilo que Bertílio tiver no dia. 

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  • Lisboa

É a Joaquim Saragga Leal que devemos a Taberna Sal Grosso de onde saíram alguns dos chefs, cozinheiros e taberneiros modernos que têm dado que falar, de Zé Paulo Rocha d’O Velho Eurico a Pedro Abril, na Musa. Depois de ter saído do restaurante em Alfama, Joaquim rumou ao Alentejo onde esteve nos últimos três anos até ter decidido voltar para transformar o antigo restaurante Os Papagaios, junto ao Mercado de Arroios, numa taberna à sua imagem. Os pratos anunciam-se na ardósia, há uma certa desarrumação em casa, mas nada que atrapalhe a ordem na cozinha de onde podem sair pratos como o xerém com rissóis de berbigão, um pica-pau de atum ou rabo de boi.

  • Avenidas Novas

Se mar e fogo são, à partida, contrastantes, na gastronomia não podiam combinar melhor. Hugo Candeias sabe-o bem, domina um e outro e ainda lhes consegue juntar uma pitada de animação. Essa é, pelo menos, a intenção na renovada Lota Sea & Fire, ex-Lota d’Ávila. Seguindo a receita do Ofício, esta Lota é, agora, mais dinâmica e até gastronómica. À semelhança do novo nome, a carta divide-se, entre pratos de peixe e marisco, pratos cozinhados no fogo e “small bites”. Não há opção onde a cozinha criativa de Hugo, influenciada pelos anos que passou em Espanha, não se destaque.

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  • Grande Lisboa

O Corrupio nasceu, no final de 2022, sabendo ao que vem, apostando no receituário português, com a escolha a dedo dos seus produtos, e no casamento com os melhores vinhos. Atrás do balcão, dois filhos d’O Frade: o chef Daniel Ferreira e o sous chef Rafael Prates. O balcão é a peça central, a essência do espaço. Assinado pelos Pedrita, também responsáveis pelo painel na parede, não tem um lugar igual, nem um traço que se repita. Já a carta, é perfeita para ser partilhada: salada de polvo, salada de orelha, pastéis de massa tenra. Não deixe de perguntar por pratos fora da carta porque há sempre uma surpresa ou outra (e ao almoço de segunda a sexta há menu executivo com pratos bem portugueses). 

  • Petiscos
  • Chiado/Cais do Sodré
  • preço 3 de 4

Henrique Sá Pessoa tem duas estrelas Michelin e é uma estrela de televisão, mas nem por isso é um chef inacessível ao comum dos mortais. Não só tem um balcão em nome próprio no Time Out Market, como é o homem ao leme deste Tapisco, onde casa tapas e petiscos. A carta foi renovada agora, mesmo a tempo dos dias quentes. Há, por exemplo, uns mexilhões à espanhola ou um inusitado pica-pau de cogumelos (18€).

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  • Petiscos
  • Cascais
  • preço 2 de 4

A Taberna Clandestina é um daqueles lugares de mesas em madeira quadradas, a privilegiar os bancos altos, como aqueles que se encontram na mini-esplanada em frente à porta. Na zona interior são cantos e recantos feitos para refeições para dividir, petiscos diversos, enchidos, queijos e vinhos. À sexta e ao sábado fecha às 02.00, ou seja, pode ficar por lá, depois de jantar, a beber (mais) uns copos.

  • Frutos do mar
  • Benfica/Monsanto
  • preço 2 de 4

O crítico Alfredo Lacerda chamou-lhe a marisqueira mais invisível de Lisboa e não fossem os GPS incorporados em telemóveis e ninguém daria por ela – isto só é válido para quem não mora na zona de Benfica, claro. Aqui comem-se pregos com alho e carne fina, amêijoas à Bulhão Pato, umas gambas do Algarve quentinhas, além de saladinhas frias (polvo, búzios e orelha), cachorros, moelas e outros petiscos que tais. Se já está a sonhar com um pós-praia perfeito, de imperial e caracóis à frente, aqui também o pode fazer.

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  • Petiscos
  • Cascais
  • preço 2 de 4

Se o que procura é um restaurante para celebrar a moda de petiscar, voilá. Um corrupio de empregados anda entre as salas interiores e a esplanada, carregados de travessas com cascas de batatas, pimentos Padrón, ovos com espargos, croquetes de alheira, pregos ou bifes. Sabores mais portugueses não há. Preços mais em conta, não encontra.

  • Petiscos
  • Cascais
  • preço 2 de 4

Esta ideia dos petiscos para ir partilhando já vem do anterior restaurante de João Matos em Cascais, o Cascas, que deu origem a este depois do encerramento forçado. Ora bem, viraram-se para o mar e abriram um duplex com um bar à entrada com cocktails clássicos e outros de assinatura, que se querem bem ligados à cozinha. A ideia é pedir petiscos para partilhar, e regá-los com os cocktails preparados no bar no andar de baixo. 

 

Os melhores restaurantes na cidade

Restaurantes de peixe em Lisboa? A resposta mais imediata talvez aponte para as mesas à beira‑mar (em Cascais há várias), mas também no centro da cidade se come bom peixe fresco, na grelha ou no tacho. Seja em restaurantes em que as bancas se parecem às dos mercados, carregadas de peixes; seja nos mais tradicionais, em que o peixe também faz parte dos pratos do dia. Nestes restaurantes de peixe em Lisboa e nos arredores há boas esplanadas (algumas para comer mesmo com o pé na areia), mas acima de tudo peixe sempre fresco.

 

Se é verdade que o marisco parece saber sempre melhor no Verão, especialmente depois de uns mergulhos no mar, também é verdade que as mariscadas nunca são demais – apesar de pesarem na carteira. Há que aproveitar o facto de sermos um país costeiro, rico em matéria-prima. E que belos exemplares têm estas mariscadas que lhe sugerimos aqui. Nesta lista de restaurantes de marisco em Lisboa e arredores, encontra verdadeiras instituições, clássicos reinventados e algumas novidades. O melhor é pedir um babete, sem vergonha, e deixar-se lambuzar.

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