Ajitama Ramen Bistro
Fotografia: Inês Félix
Fotografia: Inês Félix

Restaurantes em Lisboa onde é mais difícil arranjar mesa

Há mesas para as quais vale a pena esperar. Para se sentar vai ter de penar de pé, mas sai de barriga cheia.

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Se procura um restaurante para jantar hoje, prepare-se: para estes vai precisar de paciência, tempo e já agora um grupo de amigos animado para a espera passar mais rápido. Mas há propostas para todos os gostos, desde sítios para comer bom marisco a cozinhas internacionais, do México a Itália, sem esquecer os melhores restaurantes para brunchs ou os fine dinings, com menus de degustação que duram uma noite inteira. Nestes últimos, vai ter de reservar e se tiver sorte espera só dois meses. Uma coisa é certa: vai valer a pena e é provável que volte a tentar a sua sorte, apesar das filas.

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Restaurantes em Lisboa onde é mais difícil arranjar mesa

  • Frutos do mar
  • Intendente

Para comer o bom marisco do Ramiro, considere mesmo tirar a tarde no escritório – a fila começa a crescer ainda antes das 17.00 e a espera faz-se entre o passeio e uma sala exterior, onde, além das senhas, há uma máquina de imperiais para ir matando a sede. Há hipótese de reservar mesa, através de e-mail (não é mito), mas a maior parte tenta a sorte e espera que o nome seja chamado para se atirar finalmente às amêijoas à Bulhão Pato, aos percebes ou aos carabineiros. Já que esperou não saia sem um preguinho do lombo de sobremesa.

  • Mexicano
  • Cais do Sodré

Outro campeão de filas é a taqueria mexicana Pistola y Corazón, mas cá fora encontra gente bem-disposta, de cerveja Corona numa mão e nachos na outra, fazendo refill antes de entrar e escolher tacos de tudo e mais alguma coisa. O tempo de espera é justificado assim que se chega à mesa, onde a única coisa a que deve tomar realmente atenção é ao sinal de picante. Se estiver armado em campeão, peça o taco de torresmos crocantes de barriga de porco com salsa roja. Se preferir jogar pelo seguro tem a versão com salsa verde. Aos domingos há desayuno, em versão mexicana de brunch.

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  • São Vicente 

Em Santa Apolónia, para comer as pizzas de massa fina e estaladiça do Casanova também convém ir cedo, seja almoço ou jantar. Ou começar o aquecimento para a pista do Lux, ali mesmo ao lado, numa refeição mais tardia (estão abertos até à 01.30). A massa é fininha e estala nas pontas, o tempo em forno de lenha é o ideal, nem de mais, nem de menos, os ingredientes têm todos muita qualidade e, lá está a comparação, ao contrário de alguns dos congéneres, vêm sempre em abundância. A melhor bebida da casa é o prosecco com cremolato (e não é suminho, atenção) e a panacota, para sobremesa, é obrigatória.  

  • Italiano
  • São Vicente 
  • preço 1 de 4

Outro italiano com boas pizzas é o Retrogusto84, que só abre aos jantares com especialidades sicilianas. Algumas pizzas têm ingredientes raros
 em Lisboa, como a nduja (um salame de porco picante), mel de noz, creme de abóbora ou ragu de javali. Mas atenção: não pode deixar de experimentar os cannoli, bolachas compridas recheadas com queijo fresco (tanto pode ser requeijão como ricota) e fritas em banha de porco.

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  • Asiático contemporâneo
  • Grande Lisboa
  • preço 2 de 4

Novos nestas andanças são os especialistas em ramen do Ajitama, que transformaram o seu supper club em restaurante mas trouxeram a fila de espera atrás. Não há reservas mas ao almoço é mais fácil conseguir uma mesinha. Para jantar, convém estar à porta às 19.00 em ponto se quiser provar um dos cinco ramens disponíveis a horas decentes. Além do ramen, têm dois outros pratos japoneses, um caril japonês e o gyudon, com carne de vaca fatiada com base de arroz japonês. Aconselhamos a acompanhar tudo com um dos sete cocktails, da Sakerinha de morango a algumas reinterpretações de bebidas clássicas mas com destilados japoneses, como o Mojichu, a versão japonesa do mojito, com shoshu e ginger beer.

  • Mexicano
  • Estrela/Lapa/Santos
  • preço 2 de 4

No pequenino Izcalli, uma antojeria típica mexicana em Alcântara, o problema é outro: só tem sete lugares ao balcão e dá menos vazão para provar a comida autêntica mexicana que Ivo Tavares faz ali mesmo. A mais-valia são os dois turnos. Já o menu é muito simples: no Verão privilegiam-se os pratos frios, das regiões costeiras, no Inverno trocam-se os ingredientes mas repetem-se os processos, todos manuais. Há guacamole com totopos, tostadas de atum, de polvo e aguachilles. Pode regar tudo com mezcal.

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  • Português
  • Castelo de São Jorge

Para comer tradicional português e afiambrar-se ao piano do Zé dos Cornos também vai ter de jantar cedo. Mas tome nota: neste restaurante de mesas corridas e bancos de pau, é para comer sem preconceitos e sem medo de se agarrar ao osso com as mãos, com umas garfadas pelo meio no saboroso arroz de feijão e na salada de tomate fresco e saboroso. Se o orçamento for mais curto, nem olhe para os pratos de queijo e presunto e atire-se directamente às doses. Quanto aos cornos do nome é olhar em frente quando se entra: estão pendurados ao alto, grandes e retorcidos.

  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré

Lá está, se quer jantar petiscos e tachos de comida de conforto, terá de o fazer cedo. Não há marcações e a espera estimada é dada no momento em que der o nome à porta. Mas vale a pena: a comida é sazonal e não usam produtos refrigerados. Falamos de uma ementa em ardósia, que vai variando, mas tem as iscas com elas como presença assídua, assim como a meia desfeita de bacalhau ou comidas de tacho como o ensopado de borrego à pastora. N'A Taberna da Rua das Flores, há moelas, pipis, pézinhos de coentrada e por aí fora.

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  • Estrela/Lapa/Santos

No campeonato das estrelas Michelin a tendência é a mesma, mas sem filas: para uma degustação no LOCO, de Alexandre Silva, vai ter de esperar uns meses. Para se sentar à mesa só com reserva. Mas se quiser mesmo passar pela experiência gastronómica já sabe o que tem de fazer. Há dois menus à escolha e a carta de bebidas contém vinhos exclusivamente portugueses, cervejas artesanais e licores de ervas e ainda sumos naturais fermentados, todos produzidos pela equipa no restaurante.

  • Chiado

No Alma, de Henrique Sá Pessoa, agora com duas insígnias douradas, também conte um jantar lá para o Verão. Não pode é esquecer-se que é um restaurante de cozinha de autor, onde tudo estará preparado ao pormenor para lhe oferecer a melhor experiência. Tem dois menus de degustação (um a 110€ e outro a 120€): o Alma mostra os clássicos e o Costa a Costa faz uma viagem pela costa nacional e traz para a mesa a água do mar e espécies sustentáveis. Mas também pode tomar as rédeas da sua refeição e mandar vir o que preferir das opções disponíveis.

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  • Português
  • Estrela/Lapa/Santos

No segmento brunch instagramável e bom, o Fauna & Flora está sempre à pinha aos fins-de-semana, agora com novos pratos como os ninhos de abacate com ovo. Serve pequenos-almoços, almoços e brunches a la carte e é grande apologista do brinner (o pequeno-almoço ao jantar). As panquecas são as grandes estrelas da carta (que tem também uma variedade grande de bowls e tostas): são altas e fofas, há desde as de aveia e banana com iogurte grego e compota caseira da época (6€) às de frutos vermelhos com doce de leite (6,5€), com manteiga de amendoim, banana, frutos secos torrados e chocolate quente (6,50€) ou de matcha com lemon curd (6,50€).

  • Cafés
  • Santos
  • preço 2 de 4

No Heim Café, ali perto, os waffles e ovos não se esgotam, tornam-se é lanche. O sítio tornou-se tão popular que esperar na fila aos fins-de-semana é inevitável. Não desista, porque qualquer 
um dos três brunches que serve é bem bom. O verde tem torrada com abacate, tomate, salada, ovos estrelados, granola com iogurte, frutas e sumo de laranja; o amarelo tem ovos estrelados, salsicha, feijão, torrada com doce e manteiga, granola e limonada; e o vermelho tem ovos mexidos, bacon, abacate, salada, iogurte, sumo de laranja e uma bruta waffle com maple syrup.

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  • Sintra

Com o bom tempo a chegar, prepare-se para ter de ficar à espera de pé no areal antes de sentar na esplanada do Bar do Fundo, na Praia Grande, a picar qualquer coisa. Muito do que se come é obra da mãe dos donos, Madalena Cotta – “é como estar a comer em casa”, diz José Cotta. E o que é isso? É por exemplo um buffet de cozido à portuguesa ao domingo, no Inverno, e um bife tártaro no Verão como prato do dia.

  • Frutos do mar
  • Cascais

No Mar do Inferno, as almoçaradas em família na casa da Dona Lourdes devem ser cedo ou então lá para as 16.00 – as bruxas de Cascais e o arroz de tamboril valem bem a espera. A carta de marisco do restaurante que os cascaenses tratam pelo nome próprio tem como estrelas espécies das águas vizinhas e faz companhia a uma lista de peixe sempre fresco, que fica tão bem grelhado como ao sal.

Mais restaurantes

Quanto mais restaurantes vegan aparecem em Lisboa, mais criativa fica esta dieta restritiva. Não há ovos, leite ou manteigas de origem animal – e naturalmente nem vale a pena falar em carne ou peixe – mas estes menus não são um interminável desfile de saladas.

Saudável não é sinónimo de verde, light, vegetariano ou comida para passarinhos. E também não equivale a passar fome. É altura para começar a fazer escolhas mais acertadas mas nem por isso aborrecidas ou sensaboronas, que aqui até as saladas vai comer com prazer.

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