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Best of 2018

O melhor de 2018

Os novos restaurantes e bares, as grandes mudanças na cidade, o teatro, o cinema, a música e tudo o que nos marcou este ano.

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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Todos os dias lhe damos notícia do melhor que a cidade tem, todas as semanas levamos até si uma edição com o melhor que por aí encontrámos, e uma vez por ano damos o melhor de nós para escolher o melhor do melhor. Aqui encontra um registo para memória futura do melhor que descobrimos, provámos e experimentámos ao longo de 2018 em Lisboa, um ano em que a cidade continuou na moda e na mó de cima e se multiplicou em inaugurações e renovações. Somamos a isto o melhor da produção cultural, com especial atenção para o teatro, o cinema, a televisão e a música. É uma escolha ponderada sobre tudo o que fomos escolhendo.

Recomendado: Adeus 2018, olá 2019!

O melhor de 2018

Palavrão do ano: Sustentabilidade
Fotografia: Duarte Drago

Palavrão do ano: Sustentabilidade

Palavrão tanto pode ser uma palavra obscena, como um vocábulo difícil de pronunciar ou um termo empolado. Ora, sustentabilidade, sendo palavra que não presta para insultar ninguém, cumpre as restantes condições. Senão, vejamos. É um vocábulo com dificuldade fonética acima da média, como o atestam todas as pessoas que engolem o primeiro i e dizem sus-tenta-blidade; e é também um termo empolado e pomposo que se aplica genericamente a tudo e a mais um par de botas – desde que sejam botas produzidas com materiais orgânicos e segundo procedimentos amigos do ambiente, claro está.

Mais que palavra do ano, sustentabilidade é portanto o palavrão do momento. Em teoria, diz-se sustentável de uma prática ecologicamente responsável, economicamente viável e socialmente justa. Em Lisboa, diz-se de tudo. Olhando as grandes novidades que marcaram o ano de 2018 na cidade, encontramos o palavrão em toda a parte. Os restaurantes são todos sazonais, os mercados todos biológicos, os novos transportes ecológicos e as roupas orgânicas e justas – não porque fiquem apertadas ao corpo, mas porque apregoam ser de comércio responsável.

Em Junho, Lisboa ganhou o prémio de Capital Verde Europeia 2020. É a primeira vez que uma capital do Sul da Europa é distinguida por esta comenda, geralmente atribuída a cidades onde por esta altura do ano o Sol se põe ao meio-dia. O júri da Comissão Europeia destacou a pedonalização – outro palavrão cabeludo – de várias zonas, o crescimento das áreas verdes, e os avanços conseguidos em áreas como a eficiência energética e a boa gestão da água.

Tudo isto, reconheçamos, é bom em si mesmo. Sustentabilidade ser a tendência do ano é já alguma coisa. Enquanto a maioria das tendências tende a morrer depressa, esta sempre tende a evitar que o mundo se continue a matar devagar. Mas é ainda pouco, dizemos nós. A ver se em 2019 a coisa passa definitivamente de tendência a comportamento.

  • Coisas para fazer

É cool e trendy, sem perder o tradicional e a história. O novo e o velho convivem lado a lado, apesar de ultimamente as novidades ganharem espaço a um ritmo por vezes difícil de acompanhar. Só no último ano, entre restaurantes e lojas, contámos duas dezenas e meia de novos espaços. Acha que estamos a exagerar? Então saiba que desde Outubro, quando dedicámos uma capa ao Príncipe Real, já abriram mais dois novos restaurantes (Coyo Taco e Faz Frio) e uma nova loja (ISTO). E não vai parar. É no Príncipe Real que todos querem estar e não é por acaso que em Setembro conquistou um honroso 5.º lugar na lista dos 50 bairros mais cool do momento, feita pelos editores de todo o mundo da Time Out. E o que é isso de ser cool? Pois bem, cool é uma unidade de medida relativamente rigorosa, vagamente objectiva, sem ponta de validade científica, mas com toda a autoridade de quem leva meio século a aprofundar o assunto, usada genericamente para avaliar o grau de pinta de alguma coisa. No caso, foram avaliados os bairros com maior grau de novidade, inovação e criatividade em áreas como gastronomia, entretenimento, arte, moda e vida nocturna. E o Príncipe Real ficou a meio do top 10 desta votação global que atravessou 300 cidades. Coisa que, convenhamos, tem muita pinta.

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  • Coisas para fazer

Durante anos, não foi mais que ponto de passagem a caminho do oriente de Lisboa. Hoje, a Rua dos Bacalhoeiros é um dos mais fervilhantes pólos na capital e isso valeu-lhe a nossa devoção.

  • Coisas para fazer
  • Caminhadas e passeios
  • preço 1 de 4

A história desta carreira é longa e em Maio voltou a arrancar. Foi em 1905 que o 24 saiu à rua pela primeira vez. O percurso é mais modesto e na casa de partida, no Largo Camões, o 24 partilha a paragem com o 28. Convidamo-lo a passar à frente da fila de turistas que aguarda pela outra estrela amarela de Lisboa e embarcar nesta viagem.

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  • Atracções
  • Espaços públicos

No caminho para se tornar Capital Verde da Europa em 2020, Lisboa apostou no último ano na mobilidade sustentável e além da concorrida rede Gira, já existem quatro operadoras de trotinetas para partilhar na cidade. Mas houve um regresso muito especial, eléctrico e que serve bem os lisboetas: a carreira do 24 regressou este ano, entre o Camões e Campolide. E foi ao longo de 2018 que fomos dando conta dos novos espaços verdes da cidade e arredores, uma lufada de ar fresco numa cidade cada vez mais movimentada. Pelo caminho apanhámos uma Lisboa mais arranjadinha e com mais alguma mobilidade. 

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  • Compras

365 dias, tantas lojas. Neste ano que passou abriram dezenas de espaços em Lisboa, e a nós coube-nos avaliar as melhores portas por onde entrámos e onde vamos querer continuar a entrar para perder a cabeça e abrir a carteira. Vieram para animar os nossos armários, darem uma lufada de ar fresco às nossas casas. Plantas, loiças, mobília, óculos e roupa – a escolha é variada para não limitar gostos. Dizemos-lhe como param as modas e o que nos fez abrir os cordões à bolsa nestas seis moradas que, para nós, são as lojas do ano de 2018. Agora, descubra-as.  

  • Restaurantes

Em 2018 abriram muitos restaurantes na nossa cidade cada vez mais efervescente, cada vez mais um destino gastronómico. Provámos muita coisa boa, mais ou menos exótica, mais ou menos portuguesa, novas gastronomias e tivemos novas experiências de fine dining. Revisitámos o ano à mesa e não foi tarefa fácil porque, verdade seja dita, comemos muito e muito bem. Lá conseguimos fazer a digestão e revisitámos todas as críticas gastronómicas do ano para eleger os melhores pratos que nos passaram pelo goto. Saímos satisfeitos com um menu de 20 pratos em 20 excelentes restaurantes. 

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  • Bares

Nas alturas ou num clube mais underground, a beber shots de tequila ou cocktails feitos com produtos da época, o ano de 2018 foi muito proifícuo para a noite lisboeta. Houve novidades para quase todos os meses do ano e para todos os gostos e feitios. Copos não faltaram. A cidade continua na moda e na mó de cima e nós muito agradecemos a cada novo cocktail bebido, se for ao ritmo de boa música melhor ainda. Reunimos aqui os melhores bares que abriram em Lisboa nos últimos tempos. 

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  • Filmes

É bom fazer balanços. Olhar para trás e pensar no melhor e no pior seja do que for. Neste caso, do que vimos no cinema. Houve filmes maus, assim-assim, bons e muitos bons. E, entre estes últimos, destacaram-se estes dez, de diferentes géneros e proveniências. Dos melhores filmes de 2018, metade são americanos – de 15.17 Destino Paris, de Clint Eastwood, a Fahrenheit 11/9, de Michael Moore, passando por Linha Fantasma, de Paul Thomas Anderson – e o resto veio da Europa – como Guerra Fria, de Pawel Pawlikowski, ou Frantz, de François Ozon – e da Ásia – por exemplo, O Lamento, de Nia Hong-jin. 

  • Filmes

Ao longo dos últimos 12 meses, não se estrearam nem se fizeram em Portugal tantos filmes memoráveis como em 2017 – não houve nada que fosse comparável a Fátima, de João Canijo, São Jorge, de Marco Martins, ou Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, todos do ano passado. Todavia houve uns quantos filmes que se distinguiram na ficção e no documentário. Casos de Colo, de Teresa Villaverde, Ramiro, de Manuel Mozo e Ruth, de António Pinhão Botelho, ou ainda O Espectador Espantado, de Edgar Pêra, e O Labirinto da Saudade, de Miguel Gonçalves Mendes. 

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  • Filmes

Sem surpresa, o ano de 2018 foi profícuo na televisão. São cada vez mais os nomes grandes de Hollywood, entre actores e realizadores, a aventurarem-se no pequeno ecrã (ou nos vários ecrãs). Uma consequência do crescente investimento dos canais nas suas produções. Em 2018 estrearam-se séries como há muito não acontecia e estas dez foram as melhores que vimos e até Portugal parece ter finalmente acordado para esta realidade. Sara não passou despercebida e ainda bem. Esperamos que seja apenas o início de uma era dourada também para a ficção nacional.  

  • Música

Mais uma volta, mais ou viagem, como se costuma dizer nos carrinhos de choque. Ou, neste caso, mais um ano, mais uma remessa de discos que vão ficar para a história de quem os ouviu. Passou muita música pelas colunas dos críticos da Time Out Lisboa ao longo destes 12 meses, mas nem toda bateu com a mesma força. Nem toda a música deixou uma marca indelével. Do hip-hop de Jay Rock ao indie rock dos Yo To La Tengo, passando pela dream-pop dos Beach House, estes foram os discos que mais nos marcaram. 

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  • Música

O que é nacional é bom. E, pelo menos no caso da música, está cada vez melhor. Da música popular portuguesa de António Zambujo, Sérgio Godinho ao fado de Carminho e Cristino Branco, passando pela nova tradição de B Fachada, a música todo-o-terreno dos Dead Combo, a batida mutante de DJ Nigga Fox, a pop electrónica dos Iguanas, a liberdade indie de Filipe Sambado ou o rock dos Glockenwise. Estes foram os melhores discos de 2018, ordenados de A (de António Zambujo) a Z – ou pelo menos a S (de Sérgio Godinho). 

Os melhores discos de jazz de 2018
  • Música

A Grã-Bretanha anda desnorteada e a angústia em relação ao pós-Brexit adensa-se, mas o jazz britânico nunca esteve tão pujante: quatro dos grupos responsáveis pelos melhores discos de jazz de 2018 são súbditos de Sua Majestade (embora um dos músicos envolvidos não se reveja nela). O jazz português também está cá representado, por direito próprio e não por enviesamento nacionalista. Há música brutal e tenebrosa, que muitos verão como estando mais próximo do metal e sendo mais apropriada para sonorizar pesadelos do que para proporcionar uma escuta descontraída – Starebaby e Insurrection. Mas também há lirismo sereno e rarefeito – o Live do Marcin Wasilewski Trio – e música inclassificável, como a do álbum Short Stories, que desafia os cartógrafos do mundo musical. 

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  • Música

A ópera barroca é um universo que só há pouco começou a ser explorado e que ainda tem imensos tesouros para revelar. Este ano há duas excepcionais selecções de árias de dois mestres consagrados – Handel e Vivaldi – em interpretações tão frescas e vivas que se diria que a música foi composta na véspera e não há quase 300 anos, e iniciou-se a prospecção das cerca de 40 óperas de Porpora, filão que levará anos a explorar. Mas 2018 foi também o ano em que chegou ao disco uma inquietante ópera estreada em 2005, da autoria de um dos mais notáveis compositores de ópera vivos e que termina com o clarão deslumbrante que marca a entrada da Humanidade na era nuclear, e o ano do centenário da morte de Debussy, assinalado com novas gravações de alto coturno. Feitas as contas, estes foram os melhores discos de música clássica de 2018. 

  • Teatro

Todas as semanas fazemos questão de lhe mostrar que o teatro continua vivo e bem vivo em Lisboa com sugestões de peças para ver. Mesmo com a falta de apoios e com muitas estruturas a lutare por se manterem de pé, a qualidade do teatro não tem sido afectada e isso é de louvar. 2018 foi um bom ano para as artes de palco – até nos meses mais parados, Lisboa manteve um cartaz preenchido de peças de teatro para todos os gostos. Algumas, graças aos estranhos caminhos da programação e não ao desprezo do público, estiveram tão pouco tempo em cena que foi preciso correr para ver, que isto nunca se sabe se e quando são repostas. Contas feitas, estas foram as melhores peças de teatro de 2018.

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